07 junho 2006

Meias Palavras

É urgente que você aprenda a ler minhas entrelinhas. Estou cansada de ter que me despir para você. Não me force a lhe contar segredos que, de tão saborosos, merecem ser desvendados, palavra a palavra. Passo a passo. Peça a peça de roupa escorrendo na pele pela graça de suas mãos, caindo no chão do quarto, e por fim a visão da beleza nua, como um planeta recém-descoberto.
Não quero mais fazer strip-teases verbais para você, a luz acesa tão estourada na cara que não sobra nenhum esconderijo para o mistério. Vamos fazer amores e confissões naquela zona de penumbra onde não se sabe onde as coisas começam e terminam, a verdade e a fantasia, o corpo e a escuridão. Não é preciso saber nem ver nada além do suficiente para despertar o desejo de descobrir mais.