28 novembro 2005

Capítulo do Meio

Ela cansou de refazer passos em falso tentando entender os motivos dele. Nessas horas, uma imaginação fértil é o pior inimigo, e a sua a castigava com a riqueza dos detalhes impublicáveis. Não podia fugir do clichê, e pensava: "eu preferia um tapa na cara". Estava sem saída: a mentira havia doído, agora doía a verdade. E, dentre todas as dores, a pior era saber que quando ela já queria tanto, ele queria quase nada. Naquela partilha, a razão era toda dela e os erros eram todos dele. Mas ela não queria ter razão. Queria apenas o poder de mudar os fatos, para que ele voltasse a ser dela, só dela, somente dela e de mais ninguém, como sempre fora nos seus desejos. Ela precisava, desesperadamente, acreditar que ainda valia pena.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

a arte de transformar ficção numa realidade palpável... =P HUM HUM

:*

14/12/05 15:41  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial